Nem mesmo os prédios históricos de Natal estão livres da insegurança que vem assustando os potiguares neste início de ano. Na madrugada desta terça-feira (13), o Museu Café Filho, que fica localizado na Cidade Alta, foi arrombado e danificado por criminosos. A informação foi confirmada pela Fundação José Augusto (FJA), responsável pela manutenção do local.
Segundo Rodrigo Bico, diretor da FJA, os prejuízos ainda estão sendo contabilizados. “Eu estava viajando e cheguei hoje. Me passaram que os criminosos não levaram nada de mais valioso, apenas alguns fios. Mas ainda iremos fazer um levantamento mais detalhado para saber o que realmente aconteceu e o que foi levado. Mas os procedimentos necessários para descobrir o que ocorreu, como o Boletim de Ocorrência, já estão sendo feitos”.
O Jornal de Hoje entrou em contato com o Ciosp na manhã por volta das 11h e foi informada de que não existia nenhum registro de ocorrência no Museu Café Filho. Entretanto, a reportagem do JH apurou que um valioso lustre também teria sido levado do local e os suspeitos teriam revirado todo o prédio em busca de objetos. Eles teriam entrado, inclusive, no quarto que pertenceu a Café Filho.
Um policial que faz a segurança na Assembleia Legislativa, mas que preferiu não se identificar, disse que não foi a primeira vez que criminosos invadiram o local. “Eu mesmo já consegui impedir um roubo no local. Os assaltantes entram por trás, onde tem um jardim. O muro ali é muito baixo. Quando o rapaz me viu, ele saiu correndo. Mas foi sorte, pois o museu não tem segurança alguma. Tanto que, dessa vez, conseguiram entrar”. Em 2013, o Museu já tinha sido invadido e um gaveteiro, que seria restaurado, foi levado.
Além de contabilizar o prejuízo, Rodrigo Bico disse que também irá cobrar uma maior segurança nos prédios históricos do Estado. O Café Filho, por exemplo, não tem segurança alguma, nem mesmo grades de proteção ou cercas elétricas. “Isso foi uma herança que recebemos do Governo passado. Vamos procurar saber o que está acontecendo. Isso que ocorreu com o Museu Café Filho é muito sério. Ali está guardada uma parte muito importante da história do nosso Estado e não pode ficar assim, sem proteção. Sabemos que existem deficiências na segurança nos prédios históricos e vamos tentar encontrar uma solução para que isso não fique dessa forma”.
Segundo o site “Memória Viva” o prédio que abriga o Museu Casa Café Filho foi construído entre 1816 e 1820 por José Alexandre de Melo e foi a primeira construção assobradada de propriedade particular em Natal. Chamado de Sobradinho e também de Véu de Noiva, pela forma em declive acentuado de seu telhado, foi residência até o início deste século, passando a ser sede do Sindicato dos Trabalhadores e da Banda de Música. Adquirido pelo governo do estado em 1960, foi tombado e restaurado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, passando a abrigar o Museu de Arte e História do Rio Grande do Norte, de 1965 a 1978.
No dia 12 de março de 1979 passou a sediar o Museu Casa Café Filho, justificando sua relação histórica com o patrono. Neste sobrado, Café Filho fez militância política, criou e presidiu por dois anos o Sindicato dos Trabalhadores.
Fonte: Portal JH
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