No dia 28 de janeiro de 1943, os
presidentes brasileiro Getúlio Vargas e o norte-americano Franklin Roosevelt se
encontraram em Natal e decidiram a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial,
o que contribuiu para o fim do conflito, iniciado em 1939. O fato, que ganhou o
nome de “Conferência do Potengi”, marcou a capital potiguar e foi comemorado
hoje com um desfile histórico pelas principais vias da cidade na manhã desta
quarta-feira (28), saindo da Rampa, no bairro de Santos Reis.
Segundo o presidente do Grupo Rampa, Augusto Maranhão, o
evento quer lembrar o papel histórico que Natal teve ao sediar o encontro entre
os dois presidentes, como ponto estratégico de apoio e a criação da Força
Expedicionária Brasileira (FEB), que enviou a única tropa sul-americana para o
campo de batalha há 72 anos.
O desfile começou às 10h, com personagens caracterizados
como os presidentes Getúlio Vargas e Franklon Delano Roosevelt em um jeep
aberto, saudando as pessoas que paravam para ver a comitiva. Uma parada para
fotografias foi feita em frente ao prédio da Capitania das Artes, na Cidade
Alta. De lá, eles seguiram pelas avenidas Hermes da Fonseca, Prudente de Morais
e retornando para a Rampa pela orla marítima.
O secretário municipal de Turismo (Seturde), Fernando
Bezerril, também pensa em fazer com que a comemoração seja ampliada e possa ser
celebrada todos os anos, como parte integrante do calendário cultural e
turístico da cidade e do Estado, ampliando o número de eventos natalenses e
sendo mais uma opção para os visitantes. “Somos a gestão que mais investiu em
cultura na história da cidade e esse é mais um ponto que merece destaque”,
disse.
Para o diretor da Fundação José Augusto, Rodrigo Bico, é
preciso repensar o evento e elaborar atividades que favoreçam a interação com o
público, como palestras, programação cultural e que ela seja integrada ao
calendário turístico da Capital. “É uma grande alegria ver um trabalho como
esse sendo relembrado, independente do motivo, mas foi um dia em que o Rio Grande
do Norte esteve com os holofotes do mundo todo voltados para sua capital”,
enfatizou.
A turista Ana Lúcia Sette fazia um city tour no momento
da saída da comitiva e parou para ver o que estava acontecendo. “Não sabia que
teria esse evento, mas gostei muito de poder conhecer um pouquinho da história
do Rio Grande do Norte e sua participação durante a Segunda Guerra Mundial.
Isso tem que ser publicizado, para que todos saibam que Natal não é apenas
praias belas e gente hospitaleira, mas também tem muito a se conhecer do ponto
de vista histórico”, destacou.
Conferência do Potengi
O Brasil ganhou sua primeira base americana em 1941,
quando os norte-americanos se instalaram principalmente em Natal. Em 1943,
Getúlio desembarcou na capital potiguar e se encontrou com Roosevelt, que
retornava de um encontro com o primeiro ministro britânico Wiston Churchil e o
presidente russo Josef Stalin na África. Ambos almoçaram juntos e, acompanhados
de várias autoridades, entre elas o comandante da esquadra norte-americana do
Atlântico Sul, almirante Jonas Ingram e o interventor Federal no Rio Grande do
Norte, Rafael Fernandes.
Durante a tarde do dia 28 de janeiro, os presidentes
seguiram de barco pelo rio Potengi até as instalações da Rampa, cenário da
fotografia imortalizada, com os dois sobre o “Jeep 7″ e os arcos do prédio ao
fundo, dando início a inspeção de todas as instalações militares americanas
existentes na cidade, como o 17º Grupamento de Artilharia e Campanha (17º GAC)
e Base Aérea de Natal.
Obras da Rampa paradas
Augusto Maranhão também falou sobre as obras de
restauração da Fundação Rampa, iniciadas em meados de 2013 e interrompidas
antes da realização da Copa do Mundo, em junho do ano passado. Augusto disse
que ela já devia ter sido concluída antes do mundial, para que os turistas que
visitaram a cidade pudessem conhecer a história do local e sua importância
internacional.
“Infelizmente, os serviços pararam e não foram retomados
ainda. Mas agora, temos todas as condições neste novo governo estadual, apesar
de que as dificuldades de Saúde, Educação e Segurança. Mas, Cultura também é
prioridade para alavancar o Turismo. E esperamos que, pela quantidade de
autoridades municipais e estaduais que estão presentes hoje, eles reconheçam a
importância da Rampa e essa obra finalmente saia. Isso está estagnado, as
pessoas nem se lembram mais, faltam apenas os acabamentos finais, falta apenas
interesse e determinação”, desabafou.
Fonte Portal JH
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