“Ser taxista em Natal virou profissão de
risco”. Essa afirmação foi dada por um taxista que trabalha na Cidade Alta e
exemplifica bem a realidade que os profissionais da categoria estão passando.
Relatos de assaltos são constantes e as abordagens que o último governo
prometeu para tentar acabar com a onda de crimes, não acontecem mais.
“Vem tendo assalto direto. Do final do ano passado até
agora já foram mais de 20 assaltos apenas com os nossos associados. Um absurdo
total. A situação é realmente preocupante”, afirmou Genário Torres, presidente
da Cooperativa dos Proprietários de Táxis de Natal (Cooptaxi). De acordo com
ele, as ações criminosas acontecem durante todo o dia. “Agora não tem mais
horário. Antes era só durante o período da noite, mas agora os criminosos não
ligam mais. Na maioria das vezes eles abordam os taxistas nos pontos e levam
todos os pertences dos motoristas e também o dinheiro arrecadado”. Atualmente,
uma das regiões mais perigosas da capital é a Cidade Alta. “Muitas vezes eles
roubam por ali e levam o carro e abandonam o veículo perto da Cosern, que fica
bem próxima ao Passo Pátria”, disse o presidente da Cooptax.
Ainda segundo Genário, além de assaltarem nos pontos de
táxi, os bandidos também adotam a estratégia de ligar para a central e pedir
para que um veículo ir até um determinado local. “Isso acontece muito. Geralmente
os bandidos ligam em horários de menor movimento e também pedem o táxi em
locais com pouca movimentação. Assim fica mais fácil deles agirem”. No dia 5 de
janeiro, a polícia deteve um suspeito que agia exatamente dessa forma. A prisão
aconteceu na Cidade Alta. O homem fingia ser um passageiro, entrava no táxi e,
quando passava por algum trecho escuro, geralmente próximo à comunidade do
Passo da Pátria, usava uma arma para render e assaltar o motorista. Após ser
preso, ele foi reconhecido por 15 taxistas.
“Tivemos um outro caso em que uma dupla que assaltava
taxistas foi presa. Todos os taxistas sabem quem são os dois, mas a polícia
soltou, pois não tinha acontecido nenhum flagrante”, reclamou Genário. Em 2014,
quando o número de assaltos também estava grande, a Secretaria de Segurança
prometeu algumas medidas, como a realização de blitz em pontos estratégicos e
itinerantes, ou seja, o local das abordagens mudava de acordo com a
necessidade. O presidente da Cooptaxi até elogiou a ação, mas disse que isso
não acontece mais. “Quando a imprensa bate em cima, o Governo faz alguma coisa.
Mas essas blitz não acontecem mais. A situação está complicada mesmo. É preciso
fazer alguma coisa antes que aconteça algo pior, como ocorreu no ano passado”.
Quando fala que não quer que aconteça o que ocorreu em
2014, Genário se refere aos casos de violência contra os taxistas. Em uma
dessas situações, João Batista da Souza, de 54 anos, que trabalhava em um ponto
na zona Norte, foi encontrado morto em Extremoz. Ele foi encontrado com as mãos
e pés amarrados e com marcas de estrangulamento. O táxi de João Batista foi
encontrado na BR 101 com um cofre no porta-malas. Segundo informações da PM, o
carro teria sido usado em um assalto a um posto de gasolina na cidade de Touros.Fonte: Portal JH
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