quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

CIDADE ALTA É O LUGAR MAIS PERIGOSO PARA OS TAXISTAS TRABALHAR DIZ PRESIDENTE DA COOPTAXI

   




“Ser taxista em Natal virou profissão de risco”. Essa afirmação foi dada por um taxista que trabalha na Cidade Alta e exemplifica bem a realidade que os profissionais da categoria estão passando. Relatos de assaltos são constantes e as abordagens que o último governo prometeu para tentar acabar com a onda de crimes, não acontecem mais.
“Vem tendo assalto direto. Do final do ano passado até agora já foram mais de 20 assaltos apenas com os nossos associados. Um absurdo total. A situação é realmente preocupante”, afirmou Genário Torres, presidente da Cooperativa dos Proprietários de Táxis de Natal (Cooptaxi). De acordo com ele, as ações criminosas acontecem durante todo o dia. “Agora não tem mais horário. Antes era só durante o período da noite, mas agora os criminosos não ligam mais. Na maioria das vezes eles abordam os taxistas nos pontos e levam todos os pertences dos motoristas e também o dinheiro arrecadado”. Atualmente, uma das regiões mais perigosas da capital é a Cidade Alta. “Muitas vezes eles roubam por ali e levam o carro e abandonam o veículo perto da Cosern, que fica bem próxima ao Passo Pátria”, disse o presidente da Cooptax.
Ainda segundo Genário, além de assaltarem nos pontos de táxi, os bandidos também adotam a estratégia de ligar para a central e pedir para que um veículo ir até um determinado local. “Isso acontece muito. Geralmente os bandidos ligam em horários de menor movimento e também pedem o táxi em locais com pouca movimentação. Assim fica mais fácil deles agirem”. No dia 5 de janeiro, a polícia deteve um suspeito que agia exatamente dessa forma. A prisão aconteceu na Cidade Alta. O homem fingia ser um passageiro, entrava no táxi e, quando passava por algum trecho escuro, geralmente próximo à comunidade do Passo da Pátria, usava uma arma para render e assaltar o motorista. Após ser preso, ele foi reconhecido por 15 taxistas.
“Tivemos um outro caso em que uma dupla que assaltava taxistas foi presa. Todos os taxistas sabem quem são os dois, mas a polícia soltou, pois não tinha acontecido nenhum flagrante”, reclamou Genário. Em 2014, quando o número de assaltos também estava grande, a Secretaria de Segurança prometeu algumas medidas, como a realização de blitz em pontos estratégicos e itinerantes, ou seja, o local das abordagens mudava de acordo com a necessidade. O presidente da Cooptaxi até elogiou a ação, mas disse que isso não acontece mais. “Quando a imprensa bate em cima, o Governo faz alguma coisa. Mas essas blitz não acontecem mais. A situação está complicada mesmo. É preciso fazer alguma coisa antes que aconteça algo pior, como ocorreu no ano passado”.
Quando fala que não quer que aconteça o que ocorreu em 2014, Genário se refere aos casos de violência contra os taxistas. Em uma dessas situações, João Batista da Souza, de 54 anos, que trabalhava em um ponto na zona Norte, foi encontrado morto em Extremoz. Ele foi encontrado com as mãos e pés amarrados e com marcas de estrangulamento. O táxi de João Batista foi encontrado na BR 101 com um cofre no porta-malas. Segundo informações da PM, o carro teria sido usado em um assalto a um posto de gasolina na cidade de Touros.

Fonte: Portal JH 



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