Cerca de 66 toneladas de atum foram apreendidas pelo
Ibama em uma embarcação no Porto de Natal na última segunda-feira (17). Segundo
o órgão, que só divulgou o fato nesta quinta (20), o navio foi monitorado desde
que partiu do Porto de Itajaí, em Santa Catarina, até desembarcar na capital
potiguar. O problema segundo o Ibama, foi a maneira como o pescado foi
capturado. "O navio carregava uma rede de pesca de cerco com 70 mil metros
quadrados, equipamento que é proibido no Nordeste", explicou o órgão.
A operação, ainda segundo o Ibama, foi realizada em
conjunto com os dois estados. Cláudia Zagaglia, chefe de fiscalização do órgão,
o navio Mtanos Sei foi abordado assim que atracou em Natal, ainda na
segunda-feira. "A embarcação tinha uma autorização provisória experimental
emitida pelo Ministério da Pesca e Aquicultura para utilizar redes de cerco,
mas esse equipamento só é permitido nos estados do Sul e Sudeste do país. Como
o rastreamento indicou que ele pescou entre o Rio Grande do Norte e o Ceará, a
infração foi configurada", ressaltou.
A multa aplicada foi de um R$ 1 milhão,
com prazo de 20 dias para que o responsável pela embarcação apresente defesa.
O Ibama explicou que a pesca com rede de
cerco tem caráter predatório e é vista com restrição pelas autoridades
ambientais em todo o mundo. "Consiste no lançamento a partir o navio-mãe
de uma gigantesca rede, que é puxada por uma lancha veloz até circundar o
cardume, detectado previamente por sonares. Ao completar o círculo, o cerco é
fechado e o cardume não tem chances de escapar. O pescado, então, é içado para
o navio-mãe. A rede do Mtanos Seif tem 700 metros de comprimento por 100 metros
de altura".
O descarregamento do atum durou até a
noite desta quarta-feira (19). O Ibama acrescentou que autorizou a venda do
pescado, uma vez que se trata de algo perecível e a legislação eleitoral - em
vigência até o dia 31 de dezembro - proíbe a doação.
Fonte: G1.RN
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