Outubro, novembro e dezembro. Não é uma
nova estação do ano, mas os meses pelos quais o prazo de conclusão do Mercado
das Rocas – também chamado de Mercado Modelo de Natal – passeou durante este
ano. Agora a Prefeitura de Natal estabeleceu que o prédio estará pronto para
uso da população na primeira quinzena de dezembro deste ano.
A obra começou ainda na gestão anterior de Carlos
Eduardo Alves, foi paralisada durante os quatro anos de gestão de Micarla de
Sousa e foi reiniciada em dezembro do ano passado. Quando foi retomada em 2013,
a conclusão estava prevista para ocorrer em dez meses. Porém, de acordo com a
nova data para inauguração o tempo total de reforma será de um ano.
De acordo com uma das engenheiras da obra, Maria
Carvalho, a obra está 80% concluída. Ela acredita que até o final da próxima
semana a cobertura do edifício será montada. “A parte mais demorada, que é o
reforço estrutural, já foi feita”, disse. A engenheira civil responsável pela
obra, Kelly Cristina de Oliveira, explicou o motivo do atraso. “Foram problemas
da estrutura, que estava muito deteriorada, e muita coisa teve que ser demolida
ou restaurada”, acrescentou.
O atual contrato de reforma prevê o investimento de R$
3.052.838,01 com dinheiro do governo Federal e da Prefeitura. A empresa Arko
Construções foi a vencedora da licitação. Hoje pela manhã, operários
trabalhavam sobre as estruturas da cobertura do Mercado Modelo. O novo Mercado
das Rocas terá dois pavimentos, duas escadas, um elevador para pessoas com
deficiência e baixa mobilidade, 83 boxes, quatro entradas, quatro banheiros,
dois vestiários, praça de alimentação e balcão de informações turísticas.
Sem água
Permissionários antigos do Mercado das Rocas foram
transferidos para um galpão em frente ao mercado, onde oito deles teimam em
trabalhar. Além de esperar por mais de seis anos pela renovação do seu ambiente
original de trabalho, o local agora está sem água há um mês. Segundo os
comerciantes, eles já recorreram à Secretaria Municipal de Serviços Urbanos
(Semsur) para tentar mudar a situação, já que foram transferidos para o galpão
pela secretaria.
O vendedor de carnes Marildo Ferreira trabalha no
Mercado das Rocas desde que seu pai foi para o local depois do incêndio no
Mercado do Centro da Cidade em 1967. Depois que foi colocado no galpão
provisório, as vendas caíram. Para ele, vendedores de diferentes produtos são o
principal atrativo de um mercado. “Diminuiu muito porque ficou todo mundo
distante um do outro. Você vai comprar uma fruta e não vê uma carne, aí vai
embora logo”, analisou.
O vendedor de bebidas Arnaldo Ferreira, de 64 anos, diz
que sua clientela caiu pela metade com o ambiente improvisado. “A gente veio
para cá e estamos esperando. Lá era 100% a mais de vendas. Viemos para cá só
para segurar o ponto”, afirmou. Depois de tantos adiamentos, o açougueiro não
tem muita fé na conclusão até o final deste ano. “Se não sair em dezembro, pelo
menos a gene está vendo que está trabalhando. Se não entregar esse ano, em
fevereiro ou março entregam”, completou Marildo Ferreira.
Outra parte dos permissionários do mercado ocupa o lugar
da Feira das Rocas de terça a domingo. A fragmentação temporária que já dura
mais de meia década incomoda também os clientes, como o morador do bairro José
Moisés Vieira Sales de 29 anos. “Com certeza que vai ficar bem melhor que o
anterior, que era todo acabado. Quem mais teve prejuízo mesmo foram os
comerciantes mesmo”, opinou. Ele não acredita na data prevista pela Prefeitura
para finalizar a obra. “Dá pra terminar não, porque tem muita coisa para fazer,
mas pelo menos essa gestão está melhor que a de Micarla”, avaliou.
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