O governo indonésio executou o brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, nesta terça-feira (28). Ele havia sido condenado à morte em 2005, um ano após ter sido preso ao tentar entrar na Indonésia com 6 kg de cocaína em pranchas de surfe.
“Nós realizamos as execuções”, disse membro do escritório da Procuradoria Geral da República, conforme divulgou o site do jornal “The Jakarta Post”.
Apesar de ter sido diagnosticado com esquizofrenia, o paranaense não teve a pena revista pela justiça da Indonésia. Gularte passou as últimas horas na penitenciária de Nusakambangan, na ilha de Java. Antes de ser fuzilado, ele recebeu a visita da prima Angelita Muxfeldt.
Além dele, outros oito condenados, sete deles estrangeiros e um indonésio, também foram mortos. Entre eles havia dois australianos, uma filipina e quatro nigerianos, todos condenados por tráfico de drogas.
O francês Serge Atlaoui, de 51 anos, foi retirado dessa lista de execuções no sábado devido a um recurso que está tramitando na Justiça indonésia. Entretanto, o porta-voz do procurador-geral indonésio, Tony Spontana, reafirmou que, caso o recurso seja rejeitado, Atlaoui será executado sozinho e as autoridades não esperarão “muito tempo”.
O presidente indonésio, Joko Widodo, está implementando uma linha dura contra os traficantes de drogas no país e se recusa a desistir das execuções. Mesmo assim, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon pediu, no domingo (26) para o governo indonésio não executar os nove presos, reiterando a tradicional oposição da instituição à pena capital.
O governo brasileiro esgotou todos os esforços diplomáticos para tentar evitar a execução de Gularte. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse, no sábado (25) que o governo prosseguia os contatos regulares de mais “alto nível” com Jacarta para tentar convencer a Indonésia a suspender a execução por razões humanitárias, uma vez que o brasileiro tinha esquizofrenia.
Vieira disse que os diplomatas brasileiros em Jacarta continuam prestando assistência consular “tanto quanto é possível” para defender os interesses de Gularte, mas respeitando a soberania do país asiático e reconhecendo a gravidade do delito que ele cometeu.
Gularte, porém, não foi o primeiro brasileiro executado no país do sudoeste da Ásia. Em janeiro, a Justiça indonésia fuzilou Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos. O condenado passou mais de dez anos no corredor da morte e teve dois pedidos de clemência negados.
Moreira era instrutor de voo livre no Brasil quando foi sentenciado a morte em 2004, um ano após ser preso tentando entrar no aeroporto de Jacarta com 13,4 kgs de cocaína escondidos em uma asa-delta.
Fonte: IG
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