Você sabia que as mamas podem apresentar diversos problemas além do tão comentado câncer ? Dor, cistos, leite empedrado e fluxo papilar são alguns deles. Tire suas dúvidas com as explicações da ginecologista, obstetra e mastologista Milca Cezar Chade, da Clínica Chade; da ginecologista Fernanda Araújo Pepicelli, do Hospital Bandeirantes; e da dermatologista Suzy Rabello, do Hospital Bandeirantes:
1 – Cistos mamários
Displasia mamária é o conjunto de alterações benignas da mama, que incluem os cistos e nódulos ( explicação no tópico abaixo ), como informou a ginecologista Fernanda. A causa dos cistos é multifatorial e não totalmente esclarecida. Geralmente, não são câncer e não se desenvolvem em câncer, por isso não há necessidade de cirurgia e, na maioria das vezes, não necessitam nem de biópsias. A paciente não apresenta sintomas e os cistos são identificados por meio do toque durante uma consulta e por ultrassonografia ou mamografia. “Quando dolorosos e de grande volume, pode-se optar pelo esvaziamento ou mesmo retirada, já que o cisto é uma ‘bolha de água’”, completou Fernanda.
2 – Nódulos sólidos mamários benignos
Junto com os cistos mamários, os nódulos mamários benignos representam mais do que 80% das massas que as mulheres conseguem apalpar na mama. Têm várias características de composição, mas os mais comuns são os fibroadenomas ( explicação no tópico abaixo ). “Em relação ao tratamento, cabe ao ginecologista tranquilizar a paciente, muitas vezes não sendo necessário fazer nenhuma biópsia ou cirurgia. Para isso, a rotina anual com o ginecologista é fundamental, assim como a mamografia após os 40 anos”, disse a ginecologista Fernanda.
3 – Fibroadenoma
Mulheres de 15 a 25 anos costumam apresentar fibroadenoma, que é uma lesão benigna, medindo entre 2 a 3 cm com formato nodular, segundo a ginecologista Milca. Tem aspecto sólido (duro), móvel e liso. É indolor e o diagnóstico pode ser feito pelo toque do especialista ou por exames de ultrassom e mamografia. “Deve ser feita uma punção para confirmar a benignidade e deverá ser retirado conforme a necessidade”, explicou a médica.
4 – Dor mamária (mastalgia)
Cerca de 60% a 70% das mulheres apresentam mastalgia, de acordo com a ginecologista Milca. “A principal característica são as alterações funcionais benignas das mamas. Durante o período pré-menstrual, esse sintoma tende a piorar”, disse a médica. Inflamações, traumas físicos, distúrbios emocionais e nevralgias também podem causar a dor mamária e os tratamentos são específicos. Alimentos com cafeína, como chá, café e chocolate, devem ser evitados, pois podem piorar a situação. Para evitar o balanço das mamas, que acentua a dor, recomenda-se o uso de um sutiã adequado. “O inchaço das mamas acompanhado de dor pode melhorar com analgésico e vitamina E. Algumas pacientes apresentam melhora com a introdução de anticoncepcionais”, completou a ginecologista Fernanda.
5 – Leite empedrado
É a permanência do leite em um dos ductos da mama por tempo prolongado e isso ocorre por obstrução de um dos ductos ou por esvaziamento incompleto pelo bebê durante a mamada. O tratamento é massagear de forma delicada em cima das regiões endurecidas em direção ao mamilo. “Deve-se fazer compressas frias”, ensinou a ginecologista Milca. “É importante ressaltar que, neste momento, usar as bombas manuais e principalmente elétricas pioram o quadro, pois estimulam mais a produção do leite, sendo que a mama acaba por encher mais e antes do tempo, muitas vezes piorando o quadro”, alertou Fernanda.
6 – Infecção na mama
Geralmente, ocorre em mulheres que estão em fase de amamentação. Pode-se formar uma massa/nódulo palpável na mama pela própria paciente, acompanhada por dor local, vermelhidão, aumento do calor na região. Muitas vezes, a paciente tem febre. O tratamento é com antibiótico e, na maioria das vezes, não necessita de outro cuidado ou acompanhamento. “Pode ocorrer em mulheres que não estão amamentando, mas é mais raro e, quando isso ocorre, é principalmente nas mulheres que fumam”, comentou a ginecologista Fernanda.
7 – Fluxo papilar
É a saída de líquido pelo mamilo sem relação com a gravidez ou amamentação. Na maioria das vezes, é benigno. “Isso quer dizer que, em mais de 90% dos casos, não há nenhuma relação com o câncer de mama”, comentou a ginecologista Fernanda.
Pode estar relacionado com terapia hormonal da menopausa; anticoncepcional oral; hormônios tireoidianos; medicamentos para a ansiedade e depressão ; remédios para náuseas, vômitos e alguns para a pressão alta; drogas ilícitas como a cocaína e a heroína; algumas alterações funcionais da mama ou mesmo um alteração na hipófise (glândula localizada junto ao cérebro) que pode aumentar a quantidade de um hormônio chamado prolactina, o mesmo que ajuda durante o processo de “fabricação” do leite pela mamãe na amamentação. Geralmente, essa saída de líquido ocorre dos dois lados.
“Em uma pequena minoria das vezes, os fluxos podem estar relacionados com as doenças das mamas. Esses fluxos são caracterizados principalmente pela espontaneidade da saída, só de um lado e com o aspecto de ‘água de rocha’ ou sanguinolento”, disse Fernanda. “Mesmo assim, não necessariamente é um câncer, mas esses sinais são um alerta e a busca por um profissional sempre é importante”, completou.
8 – Pintas
“Pode-se ter tanto lesões que podem significar um tumor originado da própria mama, quanto lesões que podem ocorrer de modo similar a qualquer ponto da pele”, disse a dermatologista Suzy. Os tumores próprios da pele podem ser representados por pintas marrons, inclusive nos seios. As características que indicam que a lesão pode ser de risco são assimetria (a pinta deixa de ser arredondada), irregularidade das bordas (os contornos da lesão são imprecisos ou muito irregulares), presença de mais de uma coloração (mais de um tom de marrom ou mesmo colorações enegrecidas associadas), tamanho maior que 6 milímetros e alteração da evolução (aceleração do crescimento ou surgimento de sintomas, como coceira, dor ou sangramento). Não hesite em procurar um médico caso note algo diferente.
Fonte: Terr
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