Se nas manifestações ocorridas do dia 15 de março
políticos de oposição ao governo se fizeram presentes e declaram apoio ao
movimento, o fato de alguns deles terem sido hostilizados durante os protestos
parece ter tirado o entusiasmo para o próximo dia 12, quando haverá novas
manifestações. O deputado federal Paulinho da Força (SDD-SP), vaiado na Avenida
Paulista quando tentou discursar do alto de um caminhão de som, disse que irá
para a rua no próximo domingo, mas só tentará falar novamente se sentir que tem
“clima”.
A Força Sindical, presidida por Paulinho, levou
três caminhões para a manifestação do dia 12 na Avenida Paulista, em São Paulo.
Quando subiu em um dos veículos para discursar, acabou vaiado. Segundo ele, o
problema foi que antes haviam falado o ex-jogador Ronaldo Nazário e a cantora
Wanessa Camargo: “Fui buscar o Ronaldo e a Wanessa Camargo, e quando voltei com
eles, a gente se perdeu no caminho. O combinado era que a gente chegasse junto
e falasse conjuntamente. Eles já tinham falado e a Wanessa me chamou. Falar
depois de artista não tem jeito”, minimizou.
Os caminhões de som serão levados novamente para a
Paulista no dia 12, mas Paulinho disse não saber se tentará discursar desta
vez: “Depende do clima. Esse negócio de falar com o povo tem que ter clima. Se
não tiver vou participar lá em baixo, como cidadão”.
No protesto ocorrido no Rio de Janeiro, um
integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), um dos grupos que organizam os
protestos, chamou ao microfone o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) para
subir ao caminhão e discursar. O público prontamente vaiou e o locutor anunciou
que o deputado então não falaria. De acordo com a assessoria de Bolsonaro,
foi ele quem se recusou a subir no veículo, pois era uma manifestação do
povo, não tinha porque falar. No dia 12, o deputado participará da manifestação
em São Paulo, mas na rua e como cidadão, sem tentar discursar, segundo a
assessoria.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) estava próximo ao
caminhão de som na Avenida Paulista quando seu nome foi citado como um dos
presentes. O anúncio foi seguido por gritos de “sem partido”, segundo
noticiou o jornal Folha de S.Paulo. Ele não estará presente na manifestação do
dia 12, pois estará em missão fora do País, de acordo com sua assessoria.
Convocação
Dias antes dos protestos de março, que contavam com grupos contrários ao governo federal e que apoiavam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, esses mesmos políticos de oposição publicaram posts em suas contas no Facebook e Twitter convocando seus seguidores para irem às ruas. Para o próximo dia 12, as publicações de incentivo estão mais escassas.
Dias antes dos protestos de março, que contavam com grupos contrários ao governo federal e que apoiavam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, esses mesmos políticos de oposição publicaram posts em suas contas no Facebook e Twitter convocando seus seguidores para irem às ruas. Para o próximo dia 12, as publicações de incentivo estão mais escassas.
“A todos que estarão nas ruas protestando, contra a
corrupção e o PT que ousa comunizar o Brasil, nossos votos de sucesso”,
escreveu o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) em seu Facebook no dia 13.
Até o dia 9 ele não havia mencionado o próximo protesto em sua redes social.
Aloysio afirmou, após o panelaço organizado por
manifestantes durante o discurso da presidente Dilma Rousseff que precedeu a
manifestação do dia 15, que aquilo era um aperitivo para as manifestações.
O senador não fez comentários, em entrevistas ou nas redes sociais, sobre o
protesto do próximo domingo.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) não vê, porém,
um menor engajamento de políticos da oposição nos protestos: “O que
eu vejo é uma presença cada vez maior das nossas militâncias, dos nossos
companheiros, dos nossos líderes, dos nossos dirigentes nesse movimento”
disse o senador tucano. Ele, que ainda não definiu se participará da manifestação
(e não foi na primeira), afirmou ainda que não importa se o protesto atrair
menos gente desta vez. “Não importa o tamanho do movimento, porque a
indignação da população brasileira é cada vez maior”.
Fonte: Terra
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