Foto: Wellington Rocha
O amor pelo esporte deu origem ao clube, o
clube deu origem a um projeto social e o projeto conseguiu resgatar inúmeras
crianças e jovens em situação de risco.
Hoje, o
Clube de Remo Náutico se mantém com a ajuda dos sócios e próximo de completar
99 anos, no dia 3 de outubro, luta pela sobrevivência. Para os esportistas e
amadores do remo ligados ao Náutico, o melhor presente próximo ao seu
centenário seria o reconhecimento do poder público.
De acordo
com o vice-presidente do clube, Valdércio Costa, mais conhecido como Decinho,
se não fosse o amor pelo remo, o esporte já teria desaparecido no Rio Grande do
Norte ao longo dos anos. “Graças aos remadores mais antigos e àqueles que
apreciam o
esporte, nós continuamos firmes. São as mensalidades pagas por eles
que nos ajuda a manter o Clube e nossas atividades, como a escolinha de remo”,
destacou.
Atualmente,
cerca de 40 pessoas que frequentam o clube contribuem com a manutenção dos
projetos e da estrutura, que fica localizada na Rua Chile, na Ribeira.
“Infelizmente, o remo vive esquecido em nosso Estado”, desabafou Valdércio,
decepcionado com os dias de incerteza daqueles que praticam um esporte secular
em Natal às margens do Rio Potengi.
Tradicionais
pela força do tempo, os clubes de remo do RN estão em xeque. A ampliação do
Porto de Natal com a construção do terminal de passageiros, em curso pela
Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), ameaça as atividades diárias
dos remadores do Náutico e do Sport Clube, outro clube tradicional também
localizado na Rua Chile.
“Até
nisso o apoio do poder público é muito ausente. Além de não termos incentivo
financeiro e logístico, ainda enfrentamos algumas pressões burocráticas por
causa do Porto de Natal. Sabemos da importância deles para a atividade náutica
e para o turismo em nossa cidade, mas acredito que nós também temos importância
aqui”, afirmou Decinho.
Um dos
maiores orgulhos para o Clube de Remo Náutico são os resultados do projeto
social que os próprios remadores realizam, na sede do clube. A escolinha de
remo, além de resgatar o futuro ‘perdido’ de algumas crianças e jovens, ainda
deu aos alunos uma nova perspectiva de vida.
“Estamos
inseridos em meio aos moradores que vem das Rocas e Paço da Pátria, por
exemplo, que são regiões conhecidas pela marginalização. Não sei informar
quantos alunos já passaram por aqui, mas posso garantir que foram muitas
pessoas beneficiadas através do remo. O esporte tem um impacto social muito
grande na vida das pessoas e isso não pode se perder”, disse o vice-presidente
do Clube.
“Se
tivéssemos recursos garantidos todos os meses, com o apoio do poder público,
com certeza teríamos condições de fazer um trabalho maior junto à população. Em
contrapartida, estaríamos aumentando a divulgação do remo. Se estiver dentro do
esporte, dificilmente uma pessoa vai para o mundo das drogas e nós temos a
consciência disso”, destacou.
A última
ajuda que os remadores conseguiram foi um apoio junto à Prefeitura de Natal,
conquistada através da Federação Norte-Riograndense de Remo. A Federação
apresentou ao prefeito Carlos Eduardo um projeto para desenvolver as escolinhas
de remo e conseguiu junto à administração municipal um recurso de R$ 30 mil.
Porém, até o momento, só foram repassados à entidade metade desse valor, que
deu para adquirir uns motores para os barcos.
“Estamos
na expectativa de ainda receber o restante do valor incluído no projeto para
conseguirmos investir mais no projeto. Os motores já são de grande ajuda,
estando inclusive à disposição dos remadores para competições. Mas precisamos
de mais. Para se ter uma ideia, um barco mais simples no mercado para a prática
do esporte custa aproximadamente R$ 2 mil”, explicou Decinho.JH
Fonte Portal JH
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