ARQUIVO: 10/11/2006- PASARAM-SE 5 ANOS DE ASSASINATO DE MORADORA DA BRASÍLIA TEIMOSA NA RUA DO MOTOR

                                             

  VÍTIMA - Raiany Priscila, segundo a mãe, se sentia ameaçadaA Polícia Civil acredita que o assassinato da estudante Raiany Priscila de Melo, 15 anos, executada com quatro tiros, na manhã de quarta-feira, na Praia do Meio, foi motivado por vingança. O acusado, um adolescente que está com o paradeiro desconhecido, era amigo de Thiago Hemerson Felismino da Silva, 14 anos, morto no dia 2 de outubro de 2006, nas Rocas, crime no qual a adolescente teria, segundo a polícia, envolvimento. Raiany Priscila, segundo familiares, comentava que “estava com a cabeça a prêmio”.


  A vítima foi morta na frente da mãe, Maria Zélia de Melo, 37 anos, e de um motorista. A mãe dela havia fretado uma Pampa para levá-las à Delegacia de Mãe Luiza, onde o filho dela, conhecido como “Novinho”, está preso acusado de assalto. A visita a “Novinho” não chegou a acontecer. Mãe e filha deixaram a casa em Brasília Teimosa e, no caminho para Mãe Luiza, a Pampa parou por falta de combustível. O carro parou na rua do Motor, nas imediações da casa do amigo de Tiago, um jovem que publicamente tinha uma rixa com Raiany Priscila.


  O adolescente viu a rival e, de imediato, se aproximou da vítima e passou a agredi-la. Outros jovens, amigo do acusado, estavam presentes e intimidaram a mãe e o motorista da Pampa. O acusado, então, sacou uma arma. Raiany Priscila, ao perceber o perigo, gritou: “Mãe, vaza!”.


  O acusado, segundo relatos da mãe da vítima, se distanciou um pouco e deu quatro tiros, na direção das costas e da nuca da estudante. O clima de desespero tomou conta de Maria Zélia que, aos prantos, gritava por socorro enquanto o assassino fugia pelas estreitas ruas do bairro.  O delegado de Brasília Teimosa, Lenivaldo Pimentel, coincidentemente, passava pelo local na viatura da delegacia e acompanhou o desfecho do caso. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos. O delegado fez várias diligências pelo bairro, mas não obteve sucesso nas buscas.


  Lenivaldo Pimentel remeteu o caso para a Delegacia Especializada do Adolescente, a DEA, informando o nome do autor do crime. “Repassamos o nome do suspeito, mas ainda precisa ser investigado se o carro realmente parou na rua do Motor por problemas mecânicos ou se foi algo planejado”, disse. O delegado é o mesmo que está concluindo o inquérito sobre a morte de Thiago Hemerson. Segundo a polícia, o jovem foi morto com a participação de Raiany Priscila. “Estou na fase final do relatório e, nos autos, concluímos que a adolescente realmente teve participação. Ela, dois adolescentes e um imputável (maior de idade)”, concluiu.


  Raiany Priscila contou às amigas e aos familiares que se sentia ameaçada por causa da morte de Thiago Hemerson. “Ela dizia: mãe, minha cabeça vale dois mil. Todo mundo aqui sabia que ela estava jurada”, contou Maria Zélia.


  A estudante foi velada em casa, em Brasília Teimosa, e sepultada ontem no Cemitério do Bom Pastor. A PM e a Civil ficaram de alerta nas imediações do velório para evitar outro atentado.


FONTE: TRIBUNA DO NORTE