domingo, 15 de julho de 2012

APÓS DEMOLIÇÃO DE COMERCIO NA LADEIRA DO SOL OS RESTOS SERVE AGORA PARA BANDIDOS




Após acatar recomendação da Promotoria do Meio Ambiente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) removeu as cigarreiras localizadas no entorno do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), na avenida Getúlio Vargas, no bairro de Petrópolis. Quase três meses depois, os entulhos continuam no mesmo local e as paredes que restaram agora servem de esconderijo para o uso de drogas e prática de atos libidinosos, além da manifestação de animais peçonhentos e insetos.
O comerciante Jonas de Souza lembra que a justificativa para a retirada das cigarreiras foi de que os pontos se encontravam em área pública e de risco. No entanto, ele questiona o motivo pelo qual os entulhos restantes ainda continuam no local. “Disseram que não podíamos ficar lá porque havia risco de desabamento e porque tirava a imagem da praia. Mas estes entulhos podem ficar lá? Para que eles estão servindo?”, questiona o comerciante, que agora toma conta do comércio iniciado pela mãe dele, dona Dalva de Souza, que criou filhos e netos com o sustento tirado através da cigarreira.
Com a derrubada das cigarreiras, os antigos proprietários passaram apenas uma semana longe do comércio. Eles agora trabalham em Kombis e afirmam que podem ser tratados como ambulantes, uma vez que os veículos são retirados diariamente do local. “Nós precisamos tirar o nosso sustento de algum canto. E o povo também sentia necessidade do nosso trabalho”, completa Jonas de Souza.
Moradora do município de Ceará Mirim, a auxiliar de serviços gerais Elúzia Pires veio a Natal para a realização do transplante de córnea de seu filho. Para ela, o serviço oferecido pelas lanchonetes das Kombis deveria ser ampliado. “Nós que estamos aqui no hospital precisamos comer e isso tem que ser feito perto do hospital. Então, esta é a única fonte de alimento. Eu acho que deveriam incentivar estes trabalhadores e oferecer melhores condições a eles porque acaba beneficiando os pacientes também”, diz Elúzia.
O funcionário público Juscelino Barros afirma que também foi contra a retirada das cigarreiras. “Por que deixaram que as cigarreiras foram construídas e famílias fossem formadas para tirá-las dali após 30 anos? Deixaram que as pessoas construíssem suas vidas ali para depois acabar com tudo?”, questiona Juscelino.
Ele ressalta que o trabalho de demolição não foi concluído e que as ‘sobras’ estão trazendo malefícios aos comerciantes e a própria comunidade hospitalar. “O local onde funcionavam as cigarreiras servem apenas para que drogados e marginais se escondam à noite para usar drogas, fazer sexo e amedrontar as pessoas. Além disso, a quantidade de ratos, baratas e insetos que saem dali é enorme”, conclui o funcionário público.
A reportagem de O Jornal de Hoje tentou entrar em contato com o titular da Semurb, Bosco Afonso, mas não obteve.

fonte: jornal de hoje


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