Foto: José Aldair
O LOCAL FICA EM FRENE AO BAIRRO DE SANTOS REIS E ELA PRECISA DE AJUDA.
Moradora de rua há 13 anos, Lúcia Helena
dos Santos passa seus dias em uma cabana montada com papelão e sacos plásticos
no meio do matagal de um terreno baldio no bairro de Santos Reis, na zona Leste
de Natal. Franzina e sorridente, a mulher de 53 anos contou que decidiu sair de
casa por conta de conflitos com os familiares e que, apesar de vê-los uma vez
ao ano, não pensa em voltar. Ela revelou ainda que seu maior sonho é ter uma
casa própria e poder ter uma velhice segura e tranquila, longe das ruas.
“Todo
mundo tem sonhos e eu queria um lugar para morar e uma vida normal,
confortável. Morei muitos anos com a minha família, mas depois eu fiquei
desempregada e não deu mais certo, começaram as brigas e discussões e eu achei
melhor sair de casa, para evitar estresses. Depois disso, fui para as ruas,
onde já passei por muitas coisas. Ainda hoje, vejo meus irmãos, mas quando
estou na rua, eles não falam comigo”, explicou.
Lúcia
Helena disse que a decisão de morar na rua não foi fácil, principalmente porque
precisa de ajuda para se alimentar, já que até hoje não conseguiu uma colocação
profissional. Quando não, sai pelas ruas dos bairros próximos pedindo doações
aos conhecidos ou mesmo catando restos de alimentos em estabelecimentos
comerciais.
Ela
também falou que, durante o dia, ela fica na cabana que montou com papelão e
plásticos em um terreno baldio, pertencente à União, próximo à praia do Forte e
à Ponte Newton Navarro. E, durante a noite, ela dorme embaixo de marquises e na
frente de lojas nas ruas da Ribeira ou Cidade Alta. Já chegou a frequentar o albergue
municipal algumas vezes, mas contou que, por ter perdido seus documentos de
identidade, não foi mais aceita no local.
“Fico
aqui durante o dia, mas prefiro dormir em outro local, por segurança. Já vieram
aqui várias vezes derrubar o meu barraco, por maldade mesmo, por isso, acho
mais seguro. E como aqui é um terreno com muito mato, tem muita muriçocas e
pernilongos e por ser perto da praia, o vento é forte e frio. Não tenho para
onde ir, então, tenho que me arrumar como posso”, desabafou.
Pastoral Social doa cesta
básica
Sem
conseguir emprego por ser uma moradora de rua, Lúcia Helena se alimenta com o
que consegue pedindo ou catando nas ruas e também por doações, como a que ela
recebeu na manhã desta terça-feira (08), da Pastoral Social da Paróquia Sagrada
Família. A entidade atua em Santos Reis, Brasília Teimosa, Vietnã, Maruim e
Rocas, e possui um total de 250 famílias cadastradas para receber o benefício.
Segundo a
coordenadora da Pastoral Social, Antônia Fátima, a equipe tomou conhecimento da
história de Lúcia Helena através de um integrante, que se emocionou com o
sofrimento da moradora de rua. Ela explicou que a entidade sempre distribui
cestas básicas entre famílias carentes das seis comunidades atendidas e que a
entidade pretende ajudar Lúcia sempre que puder.
Caberia as autoridades politicas e sócias educativas ajudarem essa senhora!
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