Em 2013, 187,1 mil
pessoas morreram em todo o mundo devido ao consumo de drogas, um número
semelhante ao de anos anteriores, segundo dados revelados nesta
sexta-feira (26) pelo Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime
(Unodc).
No seu relatório
anual sobre as Drogas no Mundo, a ONU estima que 246 milhões de pessoas de 15 a
64 anos consumiram entorpecentes ilegais, o que representa um em cada 20
adultos em nível mundial.
“Um número
inaceitável de consumidores de drogas em todo o mundo continua a morrer
prematuramente, com uma estimativa de 187.100 mortes relacionadas com as drogas
em 2013”, indicou no relatório o diretor-geral do Unodc, Yuri Fedotov.
Por regiões, a
Ásia registou 81,1 mil mortes, a América do Norte, 43,3 mil, África, 37,8 mil,
Europa, 16,9 mil, América Latina e Caribe, 6 mil e Oceania, 2 mil mortes.
Segundo a ONU, o número total de mortes é praticamente o mesmo dos anos
anteriores e “o consumo de drogas ilícitas permaneceu estável”.
O relatório indica
que um em cada 10 consumidores tem problemas sérios de dependência. Destes 27
milhões de “consumidores problemáticos”, perto de metade (12,19 milhões) usa
substâncias injetáveis, calculando-se que 1,65 milhão dos quais estavam
infetados com o vírus HIV em 2013.
A droga que causa
mais problemas de saúde e mortes é o ópio, “o que se pode atribuir à relação
que existe entre os consumos de opiáceos e o de drogas injetáveis, o HIV, a
aids e as mortes por overdose”, assinala o relatório. Os consumidores de drogas
injetáveis, como a heroína, têm uma taxa de mortalidade 15 vezes superior à dos
outros indivíduos da mesma idade e sexo que não as usam.
A ONU denuncia que
apenas um em cada seis toxicodependentes com problemas graves tem acesso a
programas de tratamento, adiantando Fedotov que “as mulheres em particular
parecem enfrentar barreiras ao tratamento”.
A cannabis sativa
(maconha) é a droga mais consumida no mundo, por cerca de 182 milhões de
pessoas, seguida dos entorpecentes sintéticos, incluindo as anfetaminas e o
ecstasy, com 52,7 milhões. Os derivados do ópio são consumidos por 48,9 milhões
de pessoas e a cocaína por 17 milhões.
O relatório sobre
as Drogas no Mundo indica que o cultivo mundial da papoila (popoula), a planta
da qual se extrai o ópio, alcançou o seu nível mais alto desde finais da década
de 1930, devido a máximos históricos no Afeganistão, o primeiro produtor do
planeta.
Dos perto de 311
mil hectares de papoila cultivados em todo o mundo em 2014, 224 mil estavam no
Afeganistão, onde a superfície cultivada aumentou 7%. O Afeganistão foi
responsável pela produção de 85% do ópio em nível mundial em 2014 (mais 17% que
no ano anterior) e por 78% da heroína.
Ao contrário, o
cultivo da folha de coca situou-se em 2013 no seu nível mais baixo desde que
começaram a recolher-se dados em 1990, indica o relatório que analisa as
tendências na produção e consumo de substâncias ilegais.
Em 2013
cultivaram-se 120,8 mil hectares de folha de coca no mundo, cerca de 10% menos
que no ano anterior, utilizadas para fabricar 902 toneladas de cocaína pura. A
superfície cultivada diminuiu 18% no Peru e 9% na Bolívia e foram apreendidas
687 toneladas de cocaína em todo o mundo, quase um terço delas (226 toneladas)
na Colômbia.
Fonte: Portal no AR
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