Na última
quarta-feira (10) fotos de presidiárias cearenses locadas no Instituto Penal
Desembargadora Auri Moura Costa circularam nas redes sociais e expuseram falhas
na segurança do presídio feminino, além da situação de risco em que as agentes
penitenciárias do Ceará passam em seu dia a dia. Apesar das 5 encarceradas
envolvidas no episódio terem sido identificadas, colocadas por 30 dias em
isolamento e agora responderem ao Conselho Disciplinar da Secretaria de Justiça
do Ceará, com a possibilidade de terem suas penas aumentadas, o problema é
maior do que aparenta.
Em conversa
com agentes penitenciárias (que pediram para não serem identificadas) foi
revelado que na última semana o total de 32 celulares foram apreendidos
somente na ala D do presídio feminino, a mesma ala em que ficam as 5 envolvidas
no episódio das fotos e que atualmente abriga 230 internas. Além dos celulares,
segundo as agentes, já foi encontrado facas, carregadores de celular, serras
para serem utilizadas nas grades e drogas (cigarro, maconha, cocaína).
Questionadas
sobre a forma que estes objetos entram nas celas, uma agente colocou que as
entregas são feitas através do "rebolo", nome dado ao embrulho jogado
por cima dos muros da penitenciária . "Elas (detentas) serram as grades
das janelas e vão no pátio buscar os rebolos de madrugada. Como não temos armas
de fogo, não vamos atrás para buscar. Ninguém sabe o que vem nesses
rebolos", destacou a servidora pública.
Segundo
as agentes penitenciárias também está sendo averiguada uma denúncia vinda de
dentro da carceragem, onde uma arma de fogo pode ter entrado no presídio por
via da técnica do `'rebolo" e se encontra em posse das detentas.
Ainda sobre a forma de como os artefatos encontrados entram no presídio, também
foi destacado que após a emissão de uma portaria que proíbe a vistoria íntima
dos visitantes, a presença de drogas aumentou significativamente dentro do
presídio feminino.
Outro fato mencionado pelas servidoras
e que está facilitando a utilização da técnica do "rebolo" pelas
detentas é o tamanho da vegetação localizada no entorno e dentro do presídio,
que não vem sendo manejada. "Do lado de dentro a gente coloca as próprias
presas para cortarem o mato com foices. Isso ajuda um pouco, mas o mato cresce
muito rápido. Já do lado de fora, eu nunca vi sendo cortado", declarou em
tom de indignação uma das agentes penitenciárias.
Segundo nota emitida pela
Secretaria de Justiça do Ceará, um body scanner (raio-x corporal) está em
processo de licitação, contudo, sem previsão de chegada. Atualmente o Instituto
Penal Desembargadora Auri Moura Costa possui 750 internas, contudo, sua
capacidade é de somente 374 presas.
Fonte: Terra
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