JUIZ HENRRIQUE BATAZAR DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS
O juiz
Henrique Baltazar dos Santos, titular da 12ª Vara Criminal, responsável pelas
execuções penais das Comarcas de Natal e de Nísia Floresta, denunciou em
entrevista ao portalnoar.com a ação de facções criminosas, como o Primeiro
Comando da Capital (PCC) de dentro dos presídios do Rio Grande do Norte.
Segundo ele, essas organizações criminosas são responsáveis por diversos crimes
cometidos na capital potiguar.
A exemplo do caos enfrentado pelo sistema
penitenciário do estado do Maranhão, o magistrado alerta para o fato de que se
não forem tomadas medidas imediatas, o mesmo possa acontecer no RN. Sob
intervenção federal, o estado do Maranhão já registrou, pelo menos 60
homicídios atribuídos a facções que estavam agindo de dentro de presídio de
Pedrinhas, onde vários detentos foram decapitados.
De acordo com Henrique Baltazar, ações
criminosas como o tráfico de drogas, homicídios e até mesmo explosões a caixas
eletrônicos são comandadas de dentro das mais de 30 unidades prisionais do
estado. “De lá sai ordem para matar pessoas, sai ordem para traficar drogas e
tantos outros crimes”, denunciou.
Como exemplo o juiz citou a apreensão de
700 quilos de maconha, em outubro do ano passado em Parnamirim. Segundo ele, as
ordens de distribuição e destinação da droga partiu de dentro do Presídio de
Alcaçuz.
Segundo ele várias investigações já
chegaram a outros grupos agindo de diversas formas no estado. Muitas delas
contam inclusive com a participação de policiais. “Esses grupos existem e estão
agindo diariamente. É preciso combater e investigar mais”, declarou.
Para o magistrado, o governo precisa
investir mais no sistema penitenciário, construir novos presídios e fazer um
controle mais eficaz dos mais de 6 mil detentos que ocupam, atualmente, as
penitenciárias do estado. “Se não houver investimentos, se não houver controle,
uma hora essa bomba vai explodir”, alertou.
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